Instituto articula e mapeia empreendedores e negócios de impacto em Paranaguá

Estudo inédito será lançado no final de novembro em evento que busca disseminar e fortalecer o conceito de negócios de impacto na região

Localizada no litoral do Paraná, Paranaguá é a cidade mais antiga do estado e sua principal atividade econômica está em seu porto. Além da parte continental, o município abrange as ilhas do Mel, da Cotinga, Rasa da Cotinga e das Pedras, e inúmeras praias que compõem a baía de Paranaguá. Na busca pela valorização do potencial criativo e sustentável da cidade, um grupo de profissionais de diferentes áreas criou, em 2015, a Rede Paranaguá Criativa com a finalidade de articular e reunir organizações da sociedade civil e lideranças em projetos de ressignificação deste território. Em 2022, esse trabalho deu vida ao Instituto Ecoe, pensado para propor soluções a desafios socioambientais e articular ações intersetoriais na defesa de pautas de justiça social, ambiental e climática da região.

Segundo Rafael D. Souza, biólogo e diretor presidente do Instituto, a organização atua em diversas frentes de trabalho: uma voltada para projetos, programas e ações de negócios de impacto, e outra chamada Mãos a Horta, viabilizada pelo Projeto Paulo Gustavo e em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural, que visa trabalhar no desenvolvimento comunitário no bairro Porto Seguro, formando jovens em agricultura urbana e educando famílias no enfrentamento de insegurança alimentar.

A organização ainda oferece o Diálogos Sociofuturos, uma proposta de podcast para abordar assuntos de sustentabilidade ambiental, social e econômica, e o Pluralidade Regenerativa, que abarca atividades formativas para melhorar a produção rural, o turismo, a piscicultura, a conservação de áreas degradadas e a pilotagem de drones, em uma parceria com Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Senar (Senar), que, no ano passado, capacitou mais de 350 pessoas.

Segundo o coordenador da Coalizão pelo Impacto em Paranaguá e diretor executivo do Olha o Peixe!, Bryan Müller, o Instituto Ecoe atua e avança na aproximação, na articulação e no alinhamento de um ecossistema voltado para os negócios de impacto em Paranaguá. “Opera como um catalisador desse movimento, faz um diagnóstico fundamental para identificarmos as dificuldades e as potencialidades dos empreendimentos e as vocações do nosso território. Cada vez mais, o Ecoe é definido como uma organização estruturante desse movimento pela Coalizão Paranaguá”. 

Desafios e potenciais

“Aqui é uma cidade que tem seus intensos desafios, mas possui muitas belezas, há muita potência”, afirma Rafael. Um dos desafios é a saída de jovens para outras cidades em busca de oportunidades. Para entender esse cenário, está em curso o estudo  Panorama das Economias de Impacto Paranaguá – Novos olhares para construir novos futuros,um projeto financiado pela Coalizão pelo Impacto e em parceria técnica com o Instituto Federal do Paraná (IFPR) – Campus Paranaguá, para pensar indicadores, oportunidades e recomendações de fomento ao empreendedorismo e negócios de impacto socioambientais, usando a metodologia de hélice para conectar todos os atores sociais envolvidos e inspirado nas pesquisas SRI Litoral – Do Conceito à Aplicação e Paraná 20240 – Rotas Estratégicas de Ciência, Tecnologia e Inovação. 

Uma das etapas desse estudo foi o evento Impacta-Lab – Oficinas de Investigação Apreciativa sobre Economias de Impacto, no Instituto Superior do Litoral do Paraná (ISULPAR), que reuniu representantes de organizações da sociedade civil, empreendedores, docentes de universidades locais, poder público, organizações de apoio a negócios e pessoas de outras iniciativas. “Trabalhamos na proposição de novos rumos, com ideias viáveis de negócios e incentivos para que possam ser realizados futuramente”, sinaliza Bryan. 

Neste momento, o trabalho está na análise de conteúdo e dados para entender o perfil desses empreendedores locais, os modelos de negócios existentes, suas demandas, as possíveis soluções e como eles entendem os negócios de impacto.

De acordo com Bryan e Rafael, o próximo passo do Panorama das Economias de Impacto é a consolidação dos dados obtidos em um documento para ser apresentado para nova gestão municipal de Paranaguá, em 2025. Além disso, o Instituto Ecoe compõe e se dedica atualmente no comitê organizador do Festival Coaliza, organizado pelas instituições do Conselho da Coalizão pelo Impacto – Paranaguá, previsto para os dias 22 e 23 de novembro na cidade, para disseminar e fortalecer o conceito de negócios de impacto na população local. 

“A nossa função, como uma organização estruturante, é fortalecer o cenário de negócios de impacto e deixar um ecossistema propício, quando o projeto Coalizão pelo Impacto finalizar em Paranaguá”, reflete Rafael.

Para saber mais sobre a Coalizão pelo Impacto, acompanhe também nossas redes sociais: Instagram e LinkedIn.