Paranaguá entra na rota do Turismo Internacional e potencializa o impacto socioambiental

Terminal marítimo para os cruzeiros coloca Paranaguá na rota do turismo internacional e potencializa negócios de Impacto Socioambiental que contribuem com os desafios de desenvolvimento sustentável da cidade

Paranaguá vive uma nova fase de desenvolvimento econômico e social, impulsionado pelo turismo. A abertura do terminal marítimo para os cruzeiros, em 2023/24, é um marco que colocou o município na rota do turismo internacional e trouxe mais de 10 mil pessoas a embarcarem ou desembarcarem na cidade. Além disso, 41 mil turistas em trânsito visitaram locais como Morretes, Ilha do Mel e Guaratuba, segundo estimativas da operadora dos navios.

Os empreendedores locais sabem que essa onda não é passageira e já estão se preparando para as oportunidades que podem ser geradas para a temporada de 2024/25, estruturando negócios de impacto, ou seja, empreendimentos financeiramente viáveis e orientados para  a resolução dos problemas sociais e ambientais do território, com os quais convivem há anos. 

Por meio do projeto Aquário de Inovação, que conta com o apoio da Coalizão pelo Impacto, programa que busca ampliar e fortalecer os negócios de impacto socioambiental no Brasil, alguns empreendimentos  estão surgindo para absorver essa demanda. A ideia é reter mais turistas no município, gerando renda para os empreendedores, novas vagas de empregos e desenvolvimento sustentável para a cidade e região. 

Um exemplo é o coletivo de mulheres de Alexandra, que se uniu em prol do bairro homônimo. Alexandra foi a primeira colônia italiana do Brasil. Mas, além de história, o distrito possui outros atrativos, pois trata-se de um espaço de mata atlântica preservada, com prédios que são parte do patrimônio público, que guardam muitas histórias – não apenas de Paranaguá, mas de todo esse movimento de colonização no entorno. 

Capitaneado por Cynthia, que possui um “coworking rural”, com estações de trabalho e espaço para treinamento, Mirian, que possui uma área de lazer aquático, Marilene, que trabalha com o plantio de ervas medicinais para tratamentos fitoterápicos, e Rosiane, que ainda está estruturando o seu negócio, se uniram para estruturar a primeira rota de turismo rural de Paranaguá. Ela deve começar a operar junto com a temporada de cruzeiros e seguir o ano inteiro.

Aos poucos, a visão sobre a natureza como ativo importante vai se expandindo na região. “Fazer com que os empreendedores comecem a enxergar sua atividade com essa lupa de impacto econômico e socioambiental pode transformar a economia de Paranaguá.“, disse Rulian Maftum, coordenador do Aquário da Inovação, hub de conexão entre diferentes atores estratégicos para o desenvolvimento de um ecossistema de empreendedorismo de impacto em Paranaguá – ligado ao Impact Hub Curitiba e ao Instituto Ecoe.

Nessa onda verde, o Repense, um outro negócio de impacto, também proveniente do Aquário de Inovação, quer promover a preservação da Caixeta. A árvore Tabebuia cassinoides, popularmente conhecida como caixeta, é um símbolo da cultura caiçara, mas está ameaçada de extinção. A árvore é muito utilizada em artesanato, pois é fácil de ser entalhada ou esculpida. Além disso, é muito importante para regeneração de áreas degradadas. 
Essa árvore é uma aliada dos negócios locais, o que explica a grande preocupação com a preservação. Um coletivo de artesãs que trabalham com biojoias e terrários também se utilizam da planta e, por isso, querem criar um viveiro para gerar insumo para todas elas e, assim, produzir o ano inteiro. Esse coletivo também possui uma função social importante, pois gera renda para pessoas em situação de rua e dependentes químicos. As artistas começaram com um pequeno box no receptivo dos cruzeiros e a iniciativa deu tão certo que já viabilizaram um espaço maior no mercado municipal da cidade e a ideia agora é aproveitar todas as paradas dos navios, que acontecerão entre dezembro de 2024 e abril de 2025.os saem com o balaio cheio de novas oportunidades para seus projetos. O futuro é ancestral!”, conclui Natalia.

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